terça-feira, 28 de abril de 2009

crise dos 30, eu?!?!?!

Às vezes eu tenho vontade de largar tudo e ir embora daqui.

Fico triste por estar aqui há mais de 7 anos e não ter construído NADA.

Não tenho meu apartamento, não tenho meu carro, não construí uma família, a maioria dos meus amigos são meus colegas de trabalho (e não dá pra contar muito com eles… portanto, não são tão amigos assim!), alguns dos meus melhores amigos estão indo embora… o trabalho não me dá perspectiva de nada.

Tenho só vontade de sair de férias, viajar, me esconder.

Ou seja: fugir dessa realidade que me assombra mais a cada dia que passa.

Tem coisas boas? Tem sim.

Nem só de coisas ruins é feita a vida.

E eu tenho até vergonha de reclamar por tudo que tenho ao meu redor: amor do meu filho, dos meus pais, da minha irmã, dos amigos que estão longe…

Mas confesso que às vezes me dá esse baixo astral, essa vontade de voltar pra minha terra. Depois passa. Tudo passa.

E tem até uma comunidade no Orkut que diz que vontade dá e passa!

Será a crise dos 30 (e poucos) anos? Deve ser.

E isso faz parte de algumas escolhas que fiz.

Se estou assim, é por minha conta e risco e não adianta chorar pelos cantos.

Eu escolhi viver assim. Eu escolhi vir pra cá. Ninguém me disse que seria fácil.

Ao contrário, todos alertaram que seria difícil.

Meus pais não acreditavam que sua filha primogênita e interiorana a vida inteira estava largando tudo pra morar longe e sozinha, numa cidade grande e violenta. Mesmo assim eu me arrisquei. E gostei.

Talvez o dilema seja o meu trabalho.

Sempre me cobrei muito em relação ao trabalho e sempre procurei fazer o melhor.

E eu estou numa fase de questionar se fiz certo.

Se esse sempre foi meu melhor porque eu não vejo retorno nunca.

Eu vejo as pessoas crescerem, passarem à minha frente, serem promovidas… e eu? Eu sou a esquecida.

Chego à conclusão que aquela frase que anda por aí, pelos e-mails, é certa: “quem não faz nada nunca erra e quem nunca erra é promovido”.

Eu fico triste em pensar que isso possa ser verdadeiro, mas é o que eu vejo.

E se eu tivesse que mudar, por que não me falariam? Por que não aproveitariam meus feedbacks e diriam: “Olha, você precisa mudar isso e isso, melhorar isso e mais isso, trabalhar assim e assado”.

Mas não. Sempre fui elogiada. Será que falta coragem pra botar a boca no trombone e dar uma virada? Pode ser. Mas já falei muito e falar muito é se expor muito.

Agora estou na fase de observar e analisar. E isso é o que mais me deprime!

Manda quem pode, obedece quem precisa.

E eu preciso trabalhar isso e quem sabe ganhar a carta de alforria e ser livre dessa lama toda.

É… estou desolada!

É a crise… dos 30, da mulher, do mercado financeiro, da vida… de tudo!

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